Cecília Meireles

Cecília Benevides
de Carvalho Meireles
(Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964)
Foi uma poetisa, professora e jornalista Brasileira.
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"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos.
Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
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(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder.
A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
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(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.
Essa foi sempre a área de minha vida.
Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar.
Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
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"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
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Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, Cecília Meireles nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901 e veio a falecer na mesma cidade em 1964. Casou-se duas vezes e deixou três filhas.
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O sonho e a fronha
Sonho risonhona
fronha de linho.
Na fronha de linho,
a flor sem espinho.
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Apanho a lenha
para o vizinho.
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E encontro o ninho
de passarinho.
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De que tamanho
seria o rebanho?
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Não há quem venha
pela montanha
com a minha sombrinha
de teia de aranha?
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Sonho o meu sonho.
A flor sem espinho
também sonha
na fronha.
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Na fronha de linho.
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