Florbela Espanca

Flor Bela de Alma da Conceição
Foi uma poetisa portuguesa
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A sua vida de trinta e seis anos foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia
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Autora de contos, artigos na imprensa, traduções, epístolas e um diário, Florbela Espanca antes de tudo foi poetisa. É à sua poesia, quase sempre em forma de soneto, que ela deve a fama e o reconhecimento. A temática abordada é principalmente amorosa. O que preocupa mais a autora é o amor e os ingredientes que romanticamente lhe são inerentes: solidão, tristeza, saudade, sedução, desejo e morte.
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Florbela Espanca causou grande impressão entre seus pares e entre literatos e público de seu tempo e de tempos posteriores.
Além da influência que seus versos tiveram nos versos de tantos outros poetas, são aferidas também algumas homenagens prestadas por outros eminentes poetas à pessoa humana e lírica da poetisa.
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Manuel da Fonseca, em seu "Para um poema a Florbela" de 1941, cantava
"(...) E Florbela, de negro,/ esguia como quem era,/ seus longos braços abria/ esbanjando braçados cheios/ da grande vida que tinha! ".

Também Fernando Pessoa, em um poema datilografado e não datado
de nome "À memória de Florbela Espanca", descreve-a como
" alma sonhadora/ Irmã gêmea da minha! "
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Noivado Estranho
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O luar branco, um riso de Jesus,
Inunda a minha rua toda inteira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
A sacudir as pétalas de luz…
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A luar é uma lenda de balada
Das que avozinhas contam à lareira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
Que jaz na minha rua desfolhada…
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O Luar vem cansado, vem de longe,
Vem casar-se co´a Terra, a feiticeira
Que enlouqueceu d´amor o pobre monge…
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O luar empalidece de cansado…
E a noite é uma flor de laranjeira
A perfumar o místico noivado!…
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Florbela Espanca - Trocando olhares - 30/04/1917
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