dia dos pais

Escrito por Bruno Hoffmann no site Almanaque Brasil

8 de agosto - dia dos pais
O jornalista Sérgio Bittencourt era famoso pelo estilo polêmico. Não economizava críticas ácidas ao escrever sobre música popular em jornais e revistas. Tornou-se também um rosto conhecido ao atuar como jurado nos programas de calouros de Flávio Cavalcanti. Mas as palavras ficavam doces ao falar sobre a admiração que tinha pelo pai, Jacob do Bandolim, um dos maiores músicos de choro da história do País.

A morte de Jacob, em 1969, foi dura para o rapaz de 28 anos. Em sua homenagem, compôs a comovente Naquela Mesa: Naquela mesa ele sentava sempre / E me dizia sempre o que é viver melhor / Naquela mesa ele contava histórias / Que hoje na memória eu guardo e sei de cor…

Há quem diga que a canção foi escrita durante o velório do pai. A música ficaria famosa nas vozes de Elizeth Cardoso e Nelson Gonçalves e se tornaria um clássico, quase obrigatória em repertórios boêmios Brasil afora.

Para Sérgio, foi a maneira que encontrou para relembrar seu grande ídolo. E para revelar a tristeza de nunca mais ver a figura do pai: Naquela mesa está faltando ele / E a saudade dele está doendo em mim. Em 1978, um ano antes de morrer precocemente, aos 38 anos, o jornalista declarou: “Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do amor, da loucura, da irrealidade e da lucidez de um gênio”.

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Sérgio Freitas Bittencourt
(Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1941)


Compositor e jornalista Brasileiro.

Filho de Jacob do Bandolim, foi criado em volta dos chorões e das rodas de choro. Na escrita, seu estilo era duro e desaforado, mas era considerado sentimentalista.
Trabalhou nos jornais cariocas Correio da Manhã, O Globo, O Fluminense e na Revista Amiga, de Bloch Editores. Teve programas na rádio Capital, Carioca - no Rio e Mulher, de São Paulo.
Foi jurado dos programas de TV de Flávio Cavalcanti : Um instante maestro !, A Grande Chance e Programa Flávio Cavalcanti.

Em 1970, a canção "Acorda, Alice" de sua autoria foi proibida pela censura da ditadura militar brasileira, pelos versos: Acorda, Alice / que o país das maravilhas acabou.
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